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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Primeiro ponto



Portugal 24 de Outubro de 2014

Finalmente conseguimos o primeiro ponto nesta fase de grupos da Champions, e se é correcto pensar que se trata de um resultado positivo, nada vou mudar da minha linha de raciocínio acerca das possibilidades de êxito nesta prova, sobre a qual já escrevi nos textos Champions 1 – Benfica 0 e Champions 2 – Benfica 0.
Tratou-se de um resultado positivo por 4 boas razões: porque foi alcançado em casa de um rival directo, de um rival com orçamento superior, um rival que perdeu 2 pontos, um rival que havia ganho ao Bayer Leverkusen.
Não esquecer o contexto do grupo em que se insere o Benfica, pois – pela primeira vez na Champions – há uma nítida inversão do factor desportivo vs factor económico, e a equipa que saiu do pote 1 no mérito desportivo, sairia do pote 4 no orçamento por equipas. Este facto altera uma série de premissas competitivas e conduz a conclusões pouco previsíveis. Daí que não ser líquido concluir que estamos mais afastados, nem ser líquido concluir que temos agora mais possibilidades de ser apurados.
Claro que para a comunicação social lisboeta, as coisas são diferentes e, segundo a BOLA, o Benfica apresenta pouca vontade na Champions (o SCP com 1 ponto apresenta mais?) ou, RECORD, estamos no vermelho, numa alusão às maiores dificuldades que temos para conseguir o apuramento. O que é curioso é que ambos os jornais de Lisboa “perdem-se” em comentários (?!) de 1ª página junto ao título principal com letras garrafais! A necessidade de passarem mensagens direccionadas é tal, que salpicam a 1ª página com palavreado.
E se compararmos os critérios desses jornais lisboetas, nos jogos que envolvem Benfica e SCP, tiramos conclusões interessantes que confirmam a existência de um critério redactorial pró Sporting. Como tenho referido em muitos textos escritos aqui pelos blogues.
Para o Benfica essas “cagalhetas” de 1ª página enfatizam a fragilidade da equipa por causa do vermelho de Lisandro quando o Benfica mais precisava de atacar (“ah malandro do Lisandro”) no RECORD.  Já a BOLA, o tal PRAVDA segundo Pinto da Costa, sugere haver desinteresse do Benfica na Champions (?!), enfatiza a expulsão de Lisandro (e vão dois jornais contra o Lisandro) e as contas muito complicadas do Benfica.
Ora no caso do SCP o mesmo RECORD enfatiza o “ROUBO” e não tem problemas em colocar a foto do árbitro de baliza que assinalou o penalty da polémica, que sublinham ter sido inexistente, salientam a expulsão do Maurício aos 33 mn (num enquadramento mediático de erros de arbitragem contra o SCP) mais a indignação de treinador e jogadores no relvado. A BOLA enfatiza “ROUBADO” enaltecendo a recuperação do SCP travada por um penalty fantasma.
No caso do SCP, os destaques negativos dos jornais lisboetas foram para factores externos à equipa (erros de arbitragem), no caso do Benfica os destaques foram para factores internos (falta de vontade, fragilidade da equipa por causa da expulsão de Lisandro). Em matéria de destaques positivos, só o SCP tem direito a algumas referências. O Benfica zero.
Tudo isto poderia ser considerado uma ficção de mau gosto da minha parte, se não tivéssemos a derrota do Benfica na final da Liga Europa, como referência. Como é que estes jornais lisboetas trataram esse jogo, onde ficaram 2 penaltys evidentes e outro menos evidente, por assinalar a favor do Benfica? Onde foi evidente a ilegalidade das defesas do português Beto, no desempate por marcação de penaltys, que deu o título ao Sevilha? Ainda se lembram? Eu recordo:
O jornal A BOLA enfatizava “HERÓI DE TURIM” com a foto do Beto em 1º plano, mais a “cagalheta” a referir que “a desilusão do Benfica tem um nome: Beto” (ah, pensei que também era o árbitro). Já o RECORD enfatizou a “MALDIÇÃO” (cheguei a pensar que tinha sido um ROUBO) e Benfica perde oitava final europeia consecutiva. Deram uma “cagalheta” ao Beto que ficou “invicto nos penaltys” (apesar de ter sofrido 2 golos) e às suas palavras “foi especial por ter sido contra o Benfica”.
Ou seja, o Benfica foi roubado de forma escandalosa, numa Final europeia, mas a “nossa” comunicação social (em particular a tal que dizem ser “vermelha”) branqueou e ainda humilhou o clube, equipa e jogadores. O SCP sofreu (mais) um frango do Patrício, mas os erros foram do árbitro que por sinal, marcou 1 penalty a favor do SCP.
Termino recordando o seguinte, que também passou despercebido a esta comunicação social lisboeta e sportinguista. No jogo com o Zenit, tivemos um jogador expulso e houve 1 penalty claro por assinalar a nosso favor, com 0-2, quando dominávamos o jogo e podíamos recuperar no marcador. Contra o Leverkusen a reacção do Benfica, após o 2-1, foi travada por 1 penalty fantasma, seguido de 1 penalty não assinalado a nosso favor sobre Luisão. Contra o Mónaco acabamos com 10 jogadores. Erros a favor do Benfica? Zero. Penaltys assinalados a favor do Benfica? Zero. Primeiras páginas dos desportivos lisboetas referindo os erros de arbitragem que penalizaram o Benfica? Zero.
Um “zero” igual ao respeito que têm pelo nosso clube, equipa e massa adepta.

E-goi