Portugal 23 de Junho
de 2017
É cada vez mais difícil
para mim, escrever o que quer que seja sobre o nosso Benfica. Estou do outro
lado da verdade oficial que sustenta a actual liderança do Benfica clube e SAD,
mas reconheço o direito às pessoas serem
felizes, como neste momento devem estar, na sequência de um novo triplete de
títulos, o segundo após 2014. E não me parece que eu deva continuar a ser
uma espécie de “desmancha-prazeres” pondo o que penso à frente do que a
esmagadora maioria de adeptos sente.
O triplete
(Supertaça, Campeonato e Taça de Portugal) foi
conseguido de forma tão categórica quanto difícil, com uns “pozinhos” de sorte
aqui e ali, que não devemos ignorar porque para azar já bastou 2013.
Se a Supertaça está
lá longe, vitória sobre o Braga por 3-0, o Campeonato é mais recente e por ser
a prova mais importante a nível interno, merece um pouco mais de atenção. Foi um
campeonato ganho com muito sacrifício, esforço e dedicação, nunca podendo ser desvalorizado o papel dos
adeptos no apoio à equipa, em particular nos momentos em que as coisas não
saíam bem.
Apesar do muito “ruído”
e alguma “azia” que as vitórias do Benfica provocam nos “rivais”, a realidade é
que a estatística dá-nos uma perspectiva mais correcta do que se passou. Assim,
na famosa matéria das grandes penalidades, o
Benfica acabou a época com um total de 6-1 a favor e contra, o SCP com 12-4 e o
FCP com 8-3. Se fizermos as contas à 1ª volta, o Benfica tinha 2-0, o SCP
2-1 e o FCP 4-0. Ainda não percebi bem quais as vantagens que o Benfica teve
nas grandes penalidades, sendo certo que ficaram algumas por assinalar a nosso
favor (eles apenas vêm uma ou outra que ficou por assinalar contra).
Se analisarmos os
minutos jogados em superioridade numérica/ inferioridade numérica, concluímos
que o Benfica acabou a época jogando 54mn
em inferioridade e 2mn em superioridade. O SCP jogou 35mn em inferioridade e 104mn
em superioridade. O FCP por seu lado, jogou 41mn em inferioridade e 281mn em superioridade.
Mas se considerarmos o número de jogos onde isso aconteceu vemos que o Benfica
teve os seus jogadores expulsos em 2 jogos (Rio Ave e Arouca, ambos em casa), e
jogadores adversários expulsos em 1 jogo (Tondela em casa). O SCP teve os seus jogadores
expulsos em 3 jogos (Boavista, Feirense e Chaves, tudo na 1ª volta) e jogadores
adversários expulsos em 2 jogos (Moreirense e Arouca, também na 1ª volta). O
FCP por seu turno teve os seus jogadores expulsos em 3 jogos (Rio Ave, 1ª
volta, Boavista e Chaves na 2ª volta) e jogadores adversários expulsos em 10
jogos (7 deles na 1ª volta).
Nesta matéria de
expulsões, ainda podemos concluir que o factor
casa, no Benfica rendeu duas expulsões contra e uma a favor, no caso do SCP
rendeu uma expulsão contra e duas a favor, no caso do FCP rendeu zero expulsões
contra e cinco a favor. Onde está o beneficio? Vejamos ao contrário. Fora
de casa Benfica e SCP tiveram zero expulsões a favor, mas o FCP teve 5...
Por aqui não
consigo perceber onde é que o Benfica foi beneficiado e se tomarmos como
referência os anos do Apito Dourado, onde por cada época, o FCP beneficiava de mais
minutos em superioridade numérica e menos minutos em inferioridade numérica, ao
invés do Benfica, e beneficiava de mais penaltys a favor e menos contra, enfim,
até acho algum paralelismo esta época que findou, mas com o FCP e não com o
Benfica.
É certo que estes
indicadores são o que são, e valem o que valem. Mas na época 2004/2005 ouvi Rui
Santos dizer no seu programa de então na SIC, a propósito da derrota do Benfica
em Leiria por 1-0, onde existiu um flagrante penalty por assinalar a favor do
Benfica (sobre Sokota) que Rui Santos quis escamotear, que “no
final do campeonato, os erros a favor e contra equilibram-se”. Então o
que mudou em relação a esse ano? É fácil: o Benfica passou a ganhar mais! E agora
vemos o próprio Rui Santos, qual investigador de arbitragem, formado na “Faculdade
Himself”, repetir lances televisivos até à exaustão para provar que ficou por
assinalar um penalty contra o Benfica. Se admitirmos que não ficou senil não
sei explicar esta diferença de atitudes e de critérios.
O Benfica ganhou também
a Taça de Portugal que estreou o famoso vídeo-árbitro. Vá lá saber-se porquê, e
será apenas mais uma coincidência, dos
dois lances para grande penalidade favoráveis ao Benfica nenhum foi considerado
válido pelos dois árbitros que estavam a ver pela TV. Eram eles Jorge Sousa
e Soares Dias, do CA Porto (outra coincidência). Soares Dias trazia consigo o
curriculum de não conseguir marcar 1 único penalty a favor do Benfica em toda a
época (só em Alvalade teve 2 boas hipóteses e uma menos boa hipótese). Jorge
Sousa marcou um penalty contra o Benfica, e a favor do Aves, na longínqua época
de 2006/07 por um lance semelhante ao que agora, vendo pela TV, considerou não
ser (o jogador no relvado toca a bola com o braço).
Por estas razões a próxima época adivinha-se um “bocado”
mais difícil, e perante estes cenários, em vez de ajudar, a política de gestão
dos activos futebolísticos, ainda a irá tornar mais difícil...
Vendo a propaganda a favor do video-árbitro feita pelo ditador do Lumiar, seria de estranhar que essa modalidade viesse equilibrar a arbitragem de forma a que o mínimo de erros possam ocorrer.
ResponderEliminarDois artistas de quem dificilmente se saberá o nome, nomeados por dirigentes da arbitragem ligados ao clube da corrupção, no anonimato duma sala ou duma caravana, serão um garante de seriedade?
Servirá isso sim para dar um selo de verdade a muito roubo que irá acontecer por esse campeonato fora!